Arthur Caliman cria vestidos feitos de plástico marinho para conscientização
Excelente artigo escrito pela Ripleys nos mostra que até 2050 haverá mais plástico em nossos oceanos do que peixes e traduzimos esse excelente artigo para vocês.
Karina Oliani, também conhecida como a doutora aventura, escalou o Everest duas vezes e é a primeira médica brasileira especializada em Medicina do Deserto, uma especialidade que lhe serve bem, uma vez que ela viaja o mundo como uma atleta, exploradora e ativista.
Embora ela mergulhe desde os 12 anos, as águas do Porto de São Vicente no Brasil a deixam nervosa.
“Eu nunca tive que mergulhar num lugar tão sujo. Eu me senti nervosa em pular numa água tão fedorenta.”
Durante seu mergulho, Oliani coletou mais de 30 quilos de detritos plásticos espalhados no fundo do mar.
Profundamente entristecida pela poluição defronte ao oceano perto de sua casa e ao redor do mundo, ela entregou o lixo à um designer de sua cidade natal, São Paulo, chamado Arthur Caliman.
Ele encarou um desafio avassalador de fazer transformar essa variedade repugnante de materiais em algo belo para Olani – eventualmente a produção de um conjunto de vestidos.
Oliani espera que sua série de fotos acenda a consciência sobre a epidemia mundial de plásticos em nossos oceanos.
Estima-se que 70% de plásticos usados pelas pessoas acaba em nossos oceanos, levando à poluição que afeta nossas aves, mamíferos marinhos, peixes, e até seres humanos.
Enquanto a proliferação dos polímeros baseados em petróleo em consequência da II Guerra Mundial desencadeou uma revolução de consumo com a capacidade de criar peças e produtos baratos, resistentes e facilmente moldáveis, a indústria privada, os governos públicos e as inovações técnicas não encontraram uma forma de dar conta do detrito criado pelo uso dos plásticos.
Levando ao menos 500 anos para degradar, e frequentemente utilizado por um curto espaço de tempo – as sacolas plásticas são utilizadas basicamente por menos de 15 minutos – o plástico tem em geral contaminado a maior parte do globo.
Mesmo que o plástico se quebre em pequenos pedaços, os chamados micro plásticos tornam-se fáceis de entrar nas cadeias alimentares dos ecossistemas.
Estima-se que nove milhões de toneladas de plástico entram nos oceanos ao redor do mundo anualmente. Neste compasso, o plástico irá ultrapassar os peixes em peso no mundo por volta de 2050.
Fotografar exigiu bastante foco e porte atlético. Oliani teve que segurar sua respiração por alguns minutos cada vez que estava pousando para seu fotógrafo subaquático, Kadu Pinheiro, e mantendo sua face “bela e confortável” enquanto isso.
Enquanto estava no fundo do mar, no entanto, Oliani encontrou sua mente à deriva para a situação da vida marinha ao seu redor.
“Eu não conseguia pensar em nada além de: nós precisamos parar com isto e salvar todo o ambiente enquanto podemos.”
Enquanto o desafio de combater a poluição com o plástico é assustadora, ela tem alguns conselhos para pessoas que querem mudar seus hábitos: ela pede para as pessoas rejeitarem o uso de plásticos de utilização única, a defenderem os cursos d’água e oceanos limpos e pressionarem pela responsabilidade dos fabricantes de plástico.
- Photo Credits: Kadu Pinheiro
- Video Credits: Juan Quinteiros
Veja mais alguns projetos embaixo d’agua do atelier Arthur Caliman